É provável que já tenhas ouvido falar dos malefícios do excesso de masturbação. Mas… e se te dissermos que o problema pode também estar no jejum completo? Segundo vários especialistas e estudos recentes, deixar de te masturbares por completo pode trazer consequências negativas reais, tanto para o corpo como para a mente.
Abstinência total: um risco para o teu bem-estar?
A especialista em sexualidade e relações humanas, Dra. Tara Suwinyattichaiporn, revelou ao Daily Mail que a ausência prolongada de qualquer tipo de atividade sexual — seja a dois ou a solo — pode provocar sérios impactos na saúde mental.
Segundo a doutora, a intimidade física e o alívio sexual estão profundamente ligados ao equilíbrio emocional e psicológico. A falta prolongada destes estímulos pode conduzir ao aumento da ansiedade, sintomas depressivos e níveis elevados de stress.
Além disso, ela salienta que a abstinência total pode resultar numa frustração emocional e física acumulada. E esse tipo de tensão, segundo vários estudos, pode levar a comportamentos mais impulsivos, agressivos ou até violentos.
O impacto da tensão acumulada
Uma investigação realizada em 2021 aponta para uma ligação preocupante entre a ausência de libertação sexual e comportamentos violentos, agressivos ou até criminosos. Os autores do estudo associam este fenómeno a uma tentativa de libertar a tensão reprimida, recuperar controlo, buscar vingança ou simplesmente extravasar frustração acumulada.
A ligação entre masturbação e o cancro da próstata
Para os homens, os riscos da abstinência vão mais longe. Um estudo publicado em 2016 na revista European Urology concluiu que ejacular pelo menos 21 vezes por mês pode reduzir significativamente o risco de desenvolver cancro da próstata. Já os homens que ejaculam entre quatro e sete vezes por mês têm um risco consideravelmente mais elevado.
Porquê? A explicação está, segundo os investigadores, na função de “limpeza” da ejaculação. Sem ejaculação regular, é possível que se acumulem substâncias cancerígenas na próstata. Já com libertação frequente, essas toxinas são expulsas do organismo, o que pode ajudar a proteger a saúde prostática.
O que acontece ao corpo feminino?
As mulheres também não escapam às consequências. A ausência prolongada de atividade sexual pode levar a um fenómeno conhecido como atrofia vaginal — em que as paredes da vagina se tornam mais finas, secas e, em alguns casos, até encurtam. Este processo, muitas vezes silencioso, pode causar desconforto, dor e outras complicações ao longo do tempo.
O lado menos conhecido: o encolhimento do pénis
Sabias que deixar de ter ereções regularmente pode literalmente fazer o pénis encolher? O urologista Tobias Kohler, da Southern Illinois University School of Medicine, explicou ao WebMD que a falta de estímulo e ereções frequentes pode causar perda de elasticidade e encurtamento peniano.
“Se os homens não fizerem nada para manter ereções normais, o pénis começa a encurtar,” afirmou Kohler.
Aumento temporário da testosterona: um fenómeno curioso
Curiosamente, um estudo chinês de 2002 revelou que a abstinência sexual pode provocar um aumento temporário nos níveis de testosterona. A investigação envolveu 28 homens que se abstiveram de ejacular durante vários dias, sendo submetidos a análises de sangue diárias.
Os resultados foram surpreendentes:
“Entre o segundo e o quinto dia de abstinência, os níveis de testosterona variaram pouco. No sétimo dia, registou-se um pico significativo, atingindo 145,7% em relação ao valor inicial (P<0.01).”
Contudo, esse pico não se manteve. Sem ejaculação, os níveis hormonais voltaram ao normal e não se registaram flutuações consistentes.
Os autores do estudo concluíram que este fenómeno é cíclico e depende da ejaculação como ponto de partida. Sem ejaculação, o ciclo hormonal simplesmente não acontece.
Conclusão: moderação é mesmo a chave
Apesar da masturbação ser muitas vezes um tema tabu, a ciência tem mostrado que a sua ausência total pode trazer mais malefícios do que o seu uso moderado. Desde questões hormonais e emocionais, até riscos físicos como a atrofia vaginal ou o cancro da próstata, o corpo humano parece ter sido “programado” para necessitar de libertação sexual.
Portanto, da próxima vez que sentires culpa por masturbares-te… pensa que talvez o teu corpo esteja apenas a fazer manutenção preventiva.