A Alemanha emitiu um alerta alarmante à NATO, deixando claro que a ameaça da Rússia pode estar mais próxima e mais grave do que o Ocidente tem admitido. O aviso surge após um ataque sem precedentes com drones levado a cabo pela Ucrânia, que terá destruído mais de 40 aviões militares em território russo — uma operação que, segundo fontes da SBU, levou ano e meio a ser preparada.
A Rússia está a preparar-se… e não é só para a Ucrânia
O general Carsten Breuer, chefe da defesa alemã, foi claro e direto:
“Temos de estar prontos para lutar esta noite.”
O aviso não se limita à retórica militar. Segundo as mais recentes análises da Alemanha, a Rússia está a produzir cerca de 1.500 tanques de combate por ano e, só em 2024, produziu quatro milhões de munições de artilharia de 152 mm. Embora nem todo este arsenal esteja a ser enviado para a frente de combate na Ucrânia, grande parte está a ser armazenada e direcionada para novas estruturas militares que apontam diretamente para o Ocidente.
Operação ucraniana destrói 34% da frota estratégica de mísseis da Rússia
O ataque de drones da Ucrânia no domingo, 1 de junho, terá infligido cerca de 5 mil milhões de libras em danos à infraestrutura militar russa, destruindo um terço dos aviões portadores de mísseis estratégicos.
Segundo a SBU, os drones foram infiltrados no território russo dentro de cabines de madeira escondidas em veículos de carga, aguardando semanas até serem remotamente ativados. Os drones foram lançados diretamente de dentro do território inimigo, mesmo ao lado de instalações do FSB, os serviços secretos russos.
Alemanha prevê possível ataque à NATO até 2029… ou mais cedo
Para o general Breuer, a Rússia está a preparar um cenário estratégico a médio prazo, com uma possível agressão à NATO projetada para 2029, com especial foco nos Estados bálticos. Mas o militar alemão alerta que o perigo pode surgir bem antes:
“Se me perguntarem se é garantido que o ataque não ocorrerá antes de 2029? Eu diria que não. Por isso, temos de estar preparados já hoje.”
Este é o tipo de linguagem que marca uma viragem no discurso europeu sobre a guerra na Ucrânia, sinalizando que as forças armadas dos países da NATO estão a acelerar os preparativos defensivos, perante uma ameaça russa cada vez mais concreta e organizada.
NATO unida apesar de divisões internas
Apesar das posições mais ambíguas de países como a Hungria e a Eslováquia relativamente à Rússia, o general Breuer afirmou que a coesão entre os aliados da NATO é, neste momento, inabalável:
“Nunca vi uma unidade como a que existe agora. Todos entendem a ameaça que se aproxima e sabem que temos de caminhar no sentido de uma dissuasão forte e defesa coletiva.”
Este tipo de afirmações ganha ainda mais peso tendo em conta que, em caso de ataque à NATO, qualquer agressão a um dos seus membros, como os Estados Unidos, obriga à resposta conjunta de todos os outros aliados, ao abrigo do Artigo 5.º da aliança.
A Europa deve preparar-se para uma nova realidade de defesa
A declaração de que a Europa deve estar preparada “para lutar esta noite” não é mera figura de estilo. Para muitos analistas militares, este é o aviso mais sério vindo da Alemanha desde o início da guerra na Ucrânia. Com a Rússia a reforçar a sua máquina de guerra e a investir em novas formas de ameaça híbrida, o tempo de hesitação chegou ao fim.
“A urgência é real. A ameaça é clara. E a resposta tem de ser imediata.”